8.9.13

Você é burro, cupido?!



É impressionante como às vezes ter um par parece uma verdadeira missão impossível. E olha que isso não acontece por falta de tentativa. Você faz tudo o que pode, usa todos os meios e frequentemente até consegue iniciar relacionamentos, mas também frequentemente esses relacionamentos terminam rápido e você volta para o "final da fila", começando tudo de novo.

Além de terem curta duração, estas relações têm entre si uma outra semelhança: quando terminam, a sensação que fica é a de que aquele par não era a pessoa certa que parecia ser. Depois de sucessivas frustrações você começa a achar que realmente não tem sorte, que "atrai" pessoas problemáticas ou difíceis e até mesmo que seu cupido é burro, pois sempre acerta a pessoa errada.

O que acontece é que quando culpamos a sorte, a "atração" ou o cupido, parece que estamos colocando fora de nós toda a responsabilidade pelos nossos insucessos no amor. É até compreensível que façamos isso, pois às vezes é difícil mesmo entender o que está acontecendo, é complicado avaliar por que as coisas não estão dando certo ou – o que é mais importante – perceber como podemos estar colaborando para que as relações estejam tendo esses desfechos frustrantes.

Antes de qualquer coisa é importante ressaltar que quando falo da nossa própria responsabilidade ou colaboração para os insucessos no amor, não estou de maneira alguma apontando culpados. Isso porque relacionamentos talvez sejam a coisa mais complexa com as quais precisamos lidar em nossas vidas. O sucesso de uma relação não depende de um ou dois fatores, mas de uma combinação de diversos deles. Muitos desses são externos e fora de nosso controle. Outros, por sua vez, dizem respeito a nós. Nossas escolhas, a forma como vemos o mundo, a maneira como agimos nos relacionamentos. São justamente esses últimos os que podemos modificar, mesmo que essa mudança não seja algo fácil. Em outras palavras, se não podemos mudar o comportamento e a forma de pensar do outro, podemos fazer isso com nossos próprios comportamentos e forma de pensar.

Dito isso, vamos deixar o pobre do cupido de lado e pensar como você próprio pode estar colaborando, mesmo sem perceber, para que as suas relações estejam repetidamente dando errado.

É muito comum que o desfecho decepcionante das relações esteja diretamente ligado ao seu início. Isso significa que o final frustrante frequentemente é causado, em grande parte, por uma escolha "torta" lá no comecinho. E essa escolha "torta" geralmente é causada pelo grande desejo de ter alguém. Você quer tanto (mas tanto!) ter um par, que aceita o primeiro que aparece e vê nele todas as qualidades que às vezes ele sequer tem. Você quer tanto ver um príncipe/princesa que acaba vendo um/uma. Essa fantasia, no entanto, não pode durar muito e mais cedo ou mais tarde você começa a enxergar a pessoa real, muito diferente daquela que era apenas fruto da sua imaginação.

Minha sugestão nesses casos é que, acima de tudo, se tenha calma. Escolher um par não é algo que se deva fazer de maneira afobada ou apressada. É preciso ter critérios e é importante dar todos os passos necessários, sem querer pular etapas fundamentais para os relacionamentos.

E para terminar: A sua felicidade não pode estar exclusivamente apoiada no outro, ela deve partir de inúmeras fontes, mas acima de tudo de dentro de você através da vida que leva, das escolhas que faz, da forma como conduz os seus dias. Importante lembrar que o contato, a troca com o outro, pode sim trazer muita alegria. Já a dependência de uma companhia pode ser o avesso da sua felicidade.

Quando nos apressamos perdemos nossos critérios ou pelo menos os reduzimos a um mínimo... E você certamente não merece o mínimo!! =)

Beijos,
Taty